Criança e Adolescente
07/10/2013
SAÚDE - Adolescentes boicotam festas sem bebida alcoólica (atualizado)
Polêmica. Organizadores de eventos afirmam que todos os jovem pedem Open Bar na hora de contratar o serviço e pais acabam cedendo
Veja também - nesta página:
• Alerta do CAOPCAE
• Orientações em Goioerê-PR
• Links Referenciais
Apesar de ser proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, a lei não é cumprida. É comum ver adolescentes de 14 e 15 anos em festas com copos na mão, bebendo igual ou até mais do que adultos.
O que tem chamado a atenção é que organizadores de eventos afirmam que, se não é servido bebida para os jovens, eles não comparecem às festas. "Os meninos, principalmente, se comunicam pelas redes sociais ou por mensagens no celular. Se não tem bebida eles não vão. Infelizmente inviabiliza a festa, as pessoas não aparecem", comenta o promotor de eventos, Ruy Barroso.
Jovens procuram festas onde há bebida
(Foto de Anna Carolina Negri/FOTOARENA)
Segundo ele, normalmente é servido caipirinha ou bebidas com energético. "Não tem outro jeito, o open bar faz parte do evento e já é um item do orçamento. Efetivamente, está se bebendo mais e muito."
Ao contratar o serviço, muitas vezes os pais até pedem para que não haja álcool, mas acabam cedendo. "Todos os adolescentes querem bebida. Quando fecham contrato, os pais pedem para que não sirva, mas querem entrar em acordo com o filho e acabam liberando", conta Fabiano Almeida, que trabalha no buffet Indra Catering.
"Os pais não querem que tenha bebida, mas tem que ter para que a festa aconteça. Senão, o pessoal vai embora. O que a gente faz é uma bebida meio falsificada, onde a gente coloca vodka com água destilada para não ficar forte", complementa a organizadora de eventos, Rossana Lazaroto.
Essa tema foi bastante discutido na última semana depois que a empresária Andrea Omeiri utilizou o Facebook para relatar o comportamento inadequado de adolescentes que presenciou em uma festa de debutantes em tradicional clube de Curitiba.
"Adolescentes, a maioria entre 14 e 16 anos, meninos e principalmente meninas bêbados caídos pelos cantos a ponto do clube montar uma UTI móvel para tratar dos que nem conseguiam dizer seus nomes. Casais improvisavam com as cadeiras vazias ninhos de amor e sem se importar com quem estava ao lado sem o mínimo pudor realizavam cenas que eu jamais pensei em presenciar em uma festa de adolescentes", diz parte da postagem, que teve quase dois mil compartilhamentos.
“A única forma de não se ter bebida é fazer uma reversão nas festas e fazer a lei ser cumprida. Servir para adultos e tirar o copo da mão do jovem.”
Ruy Barroso, Promotor de Eventos
Andrea disse que resolveu tomar essa atitude por ter ficado incomodada com a situação. "Tenho filhos de 15, 21 e 23 anos e já fui a algumas festas em que vi crianças bebendo e carregando garrafas. Mas dessa vez fiquei muito chocada com a quantidade deles bêbados, as meninas vomitando e desmaiando no banheiro. Isso não é normal. Com esse álcool os adolescentes perderam o freio, a compostura e proporcionaram cenas sem o mínimo de pudor para quem quisesse ver. Quis fazer um alerta para pais e mães", afirmou.
Linda Hamdar, Metro Curitiba
Psicólogo diz que há apelo social
“Se a lei diz que é proibido o consumo e a venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos, existe uma razão para isso.
O pai que oferece uma bebida ao filho está dando a ele uma droga lícita.”
Dionísio Banaszewski, Psicólogo
Na avaliação do psicológico Dionísio Banaszewski, que é especialista em dependência química, a ingestão de álcool por crianças e adolescentes tem um grande apelo social para que comecem a beber cada vez mais cedo. "Para eles é bonito beber, passar mal e isso está constelado dentro da sociedade. É um modelo que está implantado e que as pessoas não estão se dando conta", afirma.
Ele explica que o adolescente ainda não tem maturação neurológica para beber. "O álcool tira a pessoa da realidade e aí facilita a cometer determinados atos emocionais que não cometeria. Pode se envolver em coisas sérias", alerta.
Ele lembra que, na maioria das vezes, a dependência química começa pelo álcool e comenta que os pais também têm sua parcela de culpa. "Os pais querem ser muito liberais e não tratam da questão de limites. Eles devem educar e orientar".
Metro Curitiba
Clubes de Curitiba
Projeto quer proibir o consumo para menores
O vereador Felipe Braga Côrtes (PSDB) reapresentou na última semana um projeto na Câmara Municipal que proíbe os clubes sociais e esportivos de vender, ofertar, fornecer, entregar e permitir o consumo de bebida alcoólica às crianças e aos adolescentes menores de 18 anos, mesmo que gratuitamente.
Placas também terão que estar nos locais para informar da proibição.
"Quis focar nos clubes porque não deixam de ser a nossa segunda casa onde você paga a sua mensalidade, não é um comércio. O que está acontecendo nas festas é uma verdadeira farra", opina o vereador.
Em caso de descumprimento, a multa seria de R$ 1.000, dobrada se houver reincidência. Se mesmo assim a norma não for cumprida, o projeto prevê a cassação do alvará de funcionamento do clube.
A proposta tramita nas comissões de legislação da Câmara e deve ir à plenário dentro de 40 dias, segundo o vereador.
Metro Curitiba
[Fonte: Metro Curitiba - Edição nº 614 - ano 3 - 07/10/2013 - Pág. 04]
Alerta do CAOPCAE
A venda, fornecimento ou entrega de bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes é CRIME, tipificado no art. 243, do ECA, e autoriza a prisão em flagrante dos agentes respectivos, além da responsabilização administrativa dos pais ou responsáveis que, por ação ou omissão, permitirem tal consumo (art. 249, do ECA) - sem prejuízo da responsabilidade criminal.
É também possível que os estabelecimentos em que tais festas ocorrem, com consumo de bebidas alcoólicas a crianças ou adolescentes, sejam responsabilizados (ainda que condomínios fechados e clubes particulares), inclusive por "dano moral coletivo" ao permitirem tal ocorrência.
Afinal, na forma da lei (art. 70, do ECA) é "dever de todos impedir a ocorrência de ameaça ou violação de direitos de crianças e adolescentes".
Recomendamos a leitura de nossas orientações em Carnaval - Orientação preventiva na área da infância e juventude, válidas também para as situações descritas acima.
GOIOERÊ - MPPR orienta sobre a proibição de bebidas alcoólicas a menores de idade
As Promotorias de Justiça de Goioerê, na região centro-oeste, realizaram na última quinta-feira, 3 de outubro, no Salão do Tribunal do Júri do município, palestra para conscientizar donos de estabelecimentos comerciais sobre a importância de realizar fiscalizações mais rigorosas quanto à proibição da venda de bebidas alcoólicas para adolescentes com menos de 18 anos. O encontro faz parte das ações do Movimento Paraná Sem Corrupção nas áreas de combate à violência e redes de proteção.
Os participantes receberam orientações dos promotores de Justiça Camila Adami Martins e Wagner Zouain Vargas sobre as leis que proíbem a comercialização de bebidas alcoólicas, cigarros e outras substâncias que possam causar dependência aos menores de 18 anos. Também foram distribuídos cartazes sobre essa restrição, que serão fixados em locais visíveis nos estabelecimentos. Por fim, os promotores de Justiça abriram espaço para dúvidas e questionamentos da população.
Participaram do encontro 82 proprietários de bares, restaurantes, lojas de conveniência e outros locais que vendam bebidas alcoólicas no município, além de representantes do Conselho Municipal Antidrogas e de diversas instituições que trabalham com o combate à dependência química.
Assessoria de Comunicação MPPR
[Fonte: Portal MPPR - Notícia 07/10/2013]
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Referências: (links externos)
» Metro Curitiba
» Portal MPPR
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