Criança e Adolescente
11/12/2013
INTERNET - Defenda seu filho de abusos na internet
Defenda seu filho de abusos na internet
Jovens e crianças são alvos fáceis de bullying na web
(Foto de Stock.Xchng)
Não é preciso mais que um click para conseguir ferir alguém que está do outro lado da tela. Quando isso é sentido por uma criança ou um adolescente, a situação fica ainda pior. Boa parte deles acredita que tudo é permitido na rede e, por inocência, se tornam vítima de colegas da escola ou do bairro que criam perfis falsos para xingar e tirar sarro.
"Infelizmente, isso é rotineiro", explica Sandra Tomazi Weber, do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados, especializado em Direito Digital. "E o pior é que os comentários também são disseminados por celular, o que amplia o bullying".
E a lei?
Segundo o artigo 17 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), bullying é considerado crime de difamação e caso o infrator seja menor, seus pais serão entendidos como responsáveis.
"Precisamos ter consciência de que a internet não é um mundo à parte e que cada um deve responder pela postura que assume enquanto usuário", diz a pedagoga e advogada Cristina Sleiman. "Além disso, tudo fica registrado e pode servir como prova."
Bullying por perfil falso
O primeiro passo para quem se sente lesado é ir à delegacia fazer um BO (boletim de ocorrência). "Com isso, a polícia vai apurar os fatos e procurar os autores da conexão", afirma a especialista. Assim que o infrator é identificado, ele é encaminhado à Vara de Infância e da Juventude, se for menor, e seus pais vão responder a um processo civil pelo crime do filho.
"Quando acontece algum problema na internet, o ideal é agir rapidamente", diz a advogada. "Vá a um cartório e peça uma ata notarial com o testemunho do tabelião sobre aquilo que ele encontrou após acessar o site naquele dia e horário. No documento, ele precisa descrever tudo o que existe na tela, incluindo a imagem que pode difamar a pessoa", detalha Sleiman.
Pedofilia
Mesmo sendo crime, a pedofilia está na internet. Com auxílio de perfis falsos, muitos pedófilos conseguem participar de grupos na web e falar com crianças e jovens.
Existem medidas para evitar que isso aconteça, mas vários deles burlam as regras de segurança on-line e ludibriam vítimas - ainda que corram risco de pegar uma pena de dois a seis anos em regime de reclusão (artigo 241 do ECA).
"Uma orientação muito importante para afastar a pedofilia é que os pais vigiem as atividades dos filhos, sem invadir a privacidade deles", alerta a advogada Sandra Tomazi.
Se alguma família já passou ou está passando por um abuso digital dessa natureza, pode buscar auxílio em associações como a Safernet Brasil, que oferece serviço de apoio e orientação gratuitos para as vítimas de crimes deste tipo que foram praticados pela internet.
Educar para Crescer.com.br
com o Metro
[Fonte: Metro Curitiba - Edição nº 660, ano 3 - 11/12/2013 - pág 8]
Como usar a web de forma segura?
Orientação. Guia para proteger o seu filho dos perigos que estão na rede
Pais devem conhecer a rede para alertar os filhos
(Foto de Alys Tomlinson/FolhaPress)
A maioria dos pais se pergunta até que ponto os filhos podem usar a internet sem riscos. Para ajudá-los, apresentamos aqui quatro casos: a) o menino de nove anos gosta de postar fotos dele com a família; b) um de seus amiguinhos configura o perfil, dizendo ser mais velho só para atrair as amigas da irmã, de 14 anos; c) ela, por sua vez, usa a rede social para marcar encontro com um desconhecido; d) a amiga dela não quer ir junto e vai deixá-la sozinha. E perguntamos: quais situações são mais perigosas?
Formuladas com base em resultados da pesquisa TIC Kids Online Brasil, que entrevistou mais de 1500 crianças e jovens em 2012, as histórias acima refletem a realidade vivida em muitas casas do país e são todas de extremo risco.
O que fazer?
• Fique de olho ao tempo que é gasto no celular, computador e tablet;
• Sempre vale a pena repetir aquele bom discurso sobre os riscos;
• Fotos e documentos compartilhados não ficam só entre amigos;
• Pais e professores devem assumir o compromisso de se informar sobre assuntos da rede;
• Computadores devem ser instalados, e podem ser vigiados, em lugares de passagem, como a sala;
• Não há filtro capaz de tornar a navegação na web 100% segura;
• Familiares precisam encontrar tempo para se dedicar às atividades com os filhos.
De acordo com o estudo, 86% dos entrevistados possuem perfil com foto na internet, 23% já usaram a rede para contatar desconhecidos e 22% já passaram por alguma situação constrangedora por conta da web. Conclusão? "Não são apenas amigos que navegam na internet", alerta a cartilha da SaferNet Brasil (www.safernet. org.br), que defende os direitos humanos na rede. "Por isso, deve-se ter atenção e cuidado ao navegar."
Mais esperto
Como ninguém sabe ao certo o que fazer, cada família (e escola) opta por um modo de conduta. "E o comportamento deve ser idêntico ao que se assume em sociedade", recomenda Luciana Allan, do Instituto Crescer. "Se existem direitos e deveres em casa e na escola, também existem na rede", confirma Juliana Cunha, da SaferNet Brasil.
Ainda que não exista uma ética prontamente instituída sobre a internet, há o bom senso. "Segurança também é tarefa a ser resolvida por pais e professores, que devem orientar bem tanto crianças quanto jovens", aponta Sonia Bertocchi, do blog Lousa Digital.
Educar para Crescer.com.br
com o Metro
[Fonte: Metro Curitiba - Edição nº 660, ano 3 - 11/12/2013 - pág 10]
Matérias relacionadas: (links internos)
» Publicações: Internet
» SaferNet
Download: (arquivo PDF)
» Cartilha [email protected] (SaferNet)
» Navegar com Segurança (Childhood)
Referências: (links externos)
» Metro Curitiba
» SaferNet
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