Criança e Adolescente
14/05/2014
UNICEF - Brasil se destaca na luta contra violência infantil
Opinião é do relatório sobre a América Latina do Movimento Mundial pela Infância da América Latina e do Caribe (MMI-LAC) e do Unicef. As maiores conquistas na criação de políticas públicas, planos e programas foram do Brasil, da Argentina, do Equador, do Paraguai, do Peru e do Uruguai.
Criança, em Porto Velho
(Foto: Lunae Parracho / Greenpeace)
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Panamá - O Brasil está entre os países que mais avançaram no combate à violência infantil, revela um relatório sobre a América Latina do Movimento Mundial pela Infância da América Latina e do Caribe (MMI-LAC) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A falta de recursos econômicos e humanos e de sistemas integrais de informação afeta o avanço das políticas públicas e programas que buscam combater a violência contra a infância em 10 países sul-americanos, segundo um relatório regional apresentado hoje no Panamá.
Essas são as principais conclusões do estudo, elaborado entre setembro e novembro de 2013, que envolve Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
O documento avalia a partir de uma pesquisa e de estudos de progressos o grau de avanço na implementação das recomendações do Estudo do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Violência contra as Crianças (EVCN), apresentado em 2006.
O relatório se concentra em três recomendações do EVCN: a criação de políticas públicas, estratégias e planos integrais nacionais para a não violência contra a infância; legislações para garantir a proteção da infância e a criação de sistemas de informação e dados sobre a violência contra meninas e meninos.
O documento, de 38 páginas, alerta que foram avaliados os avanços realizados nos países quando a violência ainda não havia sido erradicada, já que alcançá-lo faz parte de um processo em médio e em longo prazos.
"A América do Sul é a sub-região que mais avançou na criação de políticas de proteção da infância, mas carece de sistemas de informação e reporte de violência contra meninos e meninas", diz o relatório, divulgado nesta quinta-feira pelo escritório regional para a América Latina e o Caribe do Unicef.
Além disso, a maioria (70%) dos planos setoriais não têm alocação de recursos financeiros e humanos específicos para sua implementação e medição de objetivos, destaca.
As maiores conquistas na criação de políticas públicas, planos e programas foram do Brasil, da Argentina, do Equador, do Paraguai, do Peru e do Uruguai, enquanto os progressos mais lentos foram observados na Bolívia, no Chile e na Venezuela, de acordo com o estudo.
Como exemplo desses avanços, o relatório cita o programa argentino de prevenção de abuso em centros residenciais, "para o qual foi estipulado o aumento gradual de recursos para quatro anos", e o "aumento progressivo de oferta de serviços e investimento dentro da linha da reparação no Chile".
"Ressalta o baixo desempenho da Venezuela. O fato poderia obedecer em baixa qualidade das relações (das organizações civis defensoras da infância) com o Estado, o que torna difícil a coleta de uma informação mais completa", acrescenta.
O estudo identifica como fraqueza a falta de difusão em massa de campanhas de sensibilização sobre a violência contra a infância, que foi assinalado por Nações Unidas como uma ferramenta efetiva para combater o problema.
Quanto à aprovação de leis para assegurar a proteção da infância, os países estudados conseguiram dar avanços "em uma medida adequada para uma melhor prevenção da violência, sanção aos responsáveis e assistência às vítimas".
Argentina, Chile e Paraguai criaram novas leis no âmbito escolar, que previnem o assédio ou bullying e a violência nas escolas, cita o documento, entre outros.
A maior fraqueza da região está na ausência praticamente total de sistema de dados para apoiar políticas públicas, estratégias e planos integrais contra a violência infantil.
"Observamos em todos os países estudados a grande dificuldade de avançar em um sistema integral de dados que dê conta da violência contra meninos e meninas, e que possa refletir de forma sistemática, consistente e periódica os avanços ou retrocessos na incidência dos atos de violência", afirma o relatório.
Também não se registram países que tenham conseguido construir indicadores nacionais que permitam de forma sistemática coletar informação com enfoque de direitos, ressalta.
[Fonte: Revista Exame - Exame.com - 08/05/2014]
Mapa da violência contra crianças
Avanços na implementação das recomendações do estudo das Nações Unidas sobre a violência infantil - 2013.
[ver estudo - em espanhol]
Brasil:
Avanços gerais: em progresso
Planos e políticas: ótimo
Marco normativo: em progresso
Sistema de dados: escasso
[Fonte: Mapa de la violencia contra niños y niñas en América Latina ]
Matérias relacionadas: (links internos)
» Boas Práticas
» Publicações Unicef: Situação da Infância
Download: (arquivo PDF)
» Informe Mundial sobre la violencia contra los niños y niñas (Paulo Sérgio Pinheiro - 2009)
Referências: (links externos)
» Estudio de las Naciones Unidas Sobre la Violencia contra los Niños
» Mapa de la violencia contra niños y niñas en América Latina - 2013
» MMI-LAC - Movimiento Mundial por la Infancia de América Latina y el Caribe
» UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância
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