Criança e Adolescente
19/10/2015
SAÚDE - Quase metade dos obstetras de planos só faz cesáreas
‘Epidemia’ de cesáreas. Dos 387 médicos que atendem pela Unimed e Amil em Curitiba, 176 (45,4%) não fizeram nenhum parto normal no ano passado. Do total, somente 9 realizaram mais partos normais do que cesáreas. Resolução determina que gestantes tenham acesso aos dados.
No ano passado, dos 387 obstetras que atendem nos dois maiores planos de saúde de Curitiba, 176 realizaram 100% de cesáreas nos seus atendimentos. Os números foram fornecidos na semana passada pela Unimed e Amil ao Núcleo de Jornalismo de Dados da UP (Universidade Positivo). Juntas, as operadoras representam quase metade (46%) do mercado da capital.
De acordo com dados, 83% dos médicos realizaram 80% ou mais de cesáreas em seus partos em 2014. Na Unimed, líder de mercado, 128 dos 299 médicos (42,8%) tiveram 100% de cesáreas. Já na Amil, a 2ª, foram 48 dos 88 médicos (54,5%) apenas com cesarianas. Vale lembrar que a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é para que somente 15% dos partos sejam por esse método. Do total de 387 médicos, apenas 9 realizaram mais partos normais que cesáreas.
476 mil. Segundo a ANS, a Unimed tem 340 mil clientes na capital e a Amil 136 mil, ou 33% e 13% do mercado, respectivamente.
Informações abertas
Com o objetivo de auxiliar futuras mães a obter informações sobre médicos e planos de saúde, o Núcleo de Jornalismo de Dados da UP (Universidade Positivo) promoveu na última sexta e sábado o ‘Hackathon Open Data’, evento de programação com estudantes e outros profissionais, que trabalharam em cima de dados inéditos levantados em Curitiba.
A chamada ‘epidemia de cesáreas’ no país (onde cerca de 85% dos nascimentos registrados pelos planos de saúde são por esse tipo de parto) levou a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) a publicar uma resolução normativa para reduzir este índice. Desde o início de julho, é preciso de justificativa médica com o preenchimento de um partograma (documento com registros do trabalho de parto) para sustentar o procedimento.
A resolução também determina que as gestantes tenham acesso às taxas de cesáreas por plano de saúde e de cada médico. “O tema tem ganhado bastante destaque, mas em alguns casos é difícil conseguir as informações e as pessoas não têm tempo para fazer isso”, explica a coordenadora do Núcleo, Rosiane Correia de Freitas.
Brunno Brugnolo, Metro Curitiba
[Fonte: Metro Curitiba - 19/10/2015 - Edição nº 1.116 - Ano 5 - Pág. 3]
Matérias relacionadas: (links internos)
» Saúde
» ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
» Publicações: Saúde - Saúde Neonatal
Notícias relacionadas: (links internos)
» (24/09/2015) SAÚDE - Lei prevê multa para quem impedir amamentação em locais públicos
» (12/08/2015) SAÚDE - Parteiras podem evitar dois terços das mortes de mães e recém-nascidos
Referências: (links externos)
» ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar
» Jornal Metro
-
Compartilhe: